Depoimento sobre leitura e escrita: Graziele Mantovani

Quando criança, não tive muito incentivo à leitura, apesar da minha mãe sempre acompanhar e cobrar bons resultados meus e de minhas duas irmãs. Por conta disso, sempre tiramos ótimas notas, tínhamos horário de estudos, brincávamos de escolinha, tínhamos uma lousa grande, muitos giz coloridos, mas não sei por qual razão os meus pais não compravam livros pra gente.

Recordo-me dos primeiros livrinhos que a professora levava e pedia para que fizéssemos à leitura: "Os Três Porquinhos", "Chapeuzinho Vermelho", "A Branca de Neve", ...

Todas as salas de aula tinham na parte superior da parede, logo acima da lousa, uma pintura que ilustravam estes contos infantis.

Tudo era muito bonito, mágico! As primeiras frases, as salas pintadas, a viagem em nossa imaginação!

Lembro-me que melhorou o meu interesse pela leitura, quando abriu a biblioteca municipal, provisória, em um prédio frente a nossa casa, daí comecei a frequentar, pegar uns livros pra ver as imagens, enquanto conversava com a bibliotecária, que era uma pessoa bem bacana. E com o tempo a leitura foi melhorando, inclusive com incentivo da bibliotecária.

Hoje, não sou uma leitora assídua, não tenho um livro de cabeceira, mas leio sim, algumas notícias que me chamam a atenção no jornal, diariamente; gosto dos exemplares da revista de Cálculo que são enviadas a escola. Estou sempre à procura de algo que me agrade.

Hoje os jovens não dão a importância à leitura como deveriam, o que gera desencantamento, a dificuldade na produção de textos. Eles são sim uma geração voltada à tecnologia, porém, dando muita importância às redes sociais, vendo muitos erros, o que nem sempre acrescenta algo de bom. O incentivo, acredito que seja essencial, mas a oferta desses outros gêneros passam a ser um grande vilão.

A grande maioria das pessoas que escolhem trilhar pela área de exatas, fazem isso por gostar mais das coisas objetivas, "curtas e grossas", como diz o ditado, consequentemente apresentam dificuldade em redigir textos. Toda regra tem exceção, por isso, disse que é a maioria, pelo menos que eu conheço. Lógico que hoje até mesmo com o material que temos para trabalhar em sala, o caderninho do aluno, apresentam "leituras e análise de texto" para introdução de um assunto novo, sem contar com o material que levamos para as aulas, também fazendo incentivo à leitura. O nosso papel é inserir novas metodologias, textos, narrativas, ..., que nos auxiliam a desenvolver a nossa prática leitora e escritora, assim como a de nossos alunos.